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Resumo dos trabalhos

NB: Os resumos estão dispostos conforme sua ordem de apresentação no Seminário

Sessão III

         Dia: 29/09/2016

         Sala: 12 - REUNI

         Horário: 14h00 às 16h00

Devoção e caridade: os pilares do associativismo leigo a partir das fontes documentais das Minas Setecentistas

 

Vanessa Cerqueira Teixeira

Mestranda em História pela UFJF - Bolsista Capes

vanessa.teixeira@ufv.br

 

Divididas por critérios como cor, condição ou profissão, as associações religiosas leigas foram organizações de pessoas que se uniam por interesses e devoções em comum a partir de um santo protetor. Sua origem remete à Idade Média Ocidental, mais exatamente ao século XIII, e representaram a conquista dos fiéis pela participação na vida religiosa, também inspiradas nas ordens mendicantes. Da mesma forma como as corporações de ofício demonstravam uma forma de associação por interesses profissionais, as irmandades e ordens terceiras representavam as agremiações espiritualizadas, assistenciais e caritativas. Sendo assim, os fiéis edificavam seu templo, administravam a vida religiosa local e prestavam auxílio mútuo entre seus membros durante a vida, seus momentos finais e após a morte. Na Modernidade as associações leigas disseminaram-se da Europa para os novos territórios recém-povoados com a expansão marítima, chegando também à América portuguesa, com destaque para a região mineira, tendo em vista as restrições de entrada do clero regular devido ao maior controle pelo extravio do ouro. As pesquisas acerca das irmandades têm crescido cada vez mais, mas ainda faltam estudos a respeito delas. Essas instituições ganharam amplo espaço na sociedade e possuíram grande importância ao longo dos períodos colonial e imperial, possibilitando inúmeras discussões nos âmbitos político, econômico, social, cultural, religioso e artístico. A partir disso, o presente trabalho tem por objetivo ressaltar as possibilidades de pesquisa, abordagens, metodologias e documentações sobre o associativismo leigo nas Minas setecentistas. Discutiremos as principais fontes disponíveis nos arquivos eclesiásticos, como os Livros de Compromisso, Estatutos, Livros de Entrada, Livros de Receita e Despesa, Termos e Atas de Reuniões. Dentre inúmeras questões a serem debatidas, ressaltamos aqui a compreensão da criação e desenvolvimento dessas associações, com o estudo de suas administrações, funções e dinâmicas internas; a análise da religiosidade vivenciada pelos membros, com suas crenças e práticas rituais; o conhecimento do perfil social dos indivíduos filiados, a construção identitária, os conflitos e as interações socioculturais.

 

O perfil sócio-econômico das mulheres forras da vila de Pitangui (1750-1820)

Ana Caroline Carvalho Miranda

Mestranda em História - UFOP

anacarolinec625@gmail.com

 

Este artigo tem como objetivo apresentar uma breve análise acerca do perfil social e econômico das mulheres forras da vila de Pitangui e de alguns arraiais de seu termo, pertencente à comarca do rio das Velhas, capitania de Minas Gerais, no período de 1750 a 1820. Para tanto, utilizamos como fontes primárias testamentos, testamentárias, inventários post mortem e ações cíveis, com o intuito de investigar o cotidiano, o universo material e as redes de sociabilidade em que estavam inseridas. Essas libertas se envolveram nos ofícios da mineração, pequeno comércio, costura e demais ocupações que o ambiente urbano propiciava. Através do trabalho, algumas conseguiram acumular bens de valor como casas de morada, cativos, ouro lavrado, jóias e vestuário de luxo, e desta forma, maior visibilidade social em relação às demais pessoas de cor.

 

 

 

Sá da Bandeira, um exilado anti miguelista no Brasil, 1828 a 1870.

Luiz Gustavo Martins da Silva

Graduando em História – UFOP

louis.gustavof5@gmail.com

 

Esta comunicação está vinculada ao projeto de Iniciação Científica “Liberalismo e contrarrevolução: brasileiros e estrangeiros nos processos políticos do reinado de D. Miguel, Lisboa, 1828-1834”, sob a orientação da Profª Drª Andréa Lisly Gonçalves. A proposta é apresentar dados preliminares da pesquisa que se encontra em desenvolvimento. O tema deste estudo se centra na investigação sobre o envolvimento de brasileiros e estrangeiros que lutaram contra o regime instalado com a subida de D. Miguel, irmão e inimigo político de D. Pedro I do Brasil, ao trono português, em 1828. O reinado de D. Miguel restaurou uma sociedade de Antigo Regime dentro dos moldes absolutistas, colocando fim à primeira experiência liberal portuguesa desencadeada pela Revolução do Porto em 1820. Tendo em vista a intensa repressão deste governo, contra o rei absoluto formou-se uma verdadeira “internacional antimiguelista”, que incluía militantes do Brasil, da América Hispânica, da Espanha, da Itália, dentre outros países. A atuação de exilados contrários ao miguelismo, que, no Brasil, constituíram uma importante base de apoio a D. Pedro I é um dos temas inéditos e pouco explorado pela historiografia brasileira e, sobretudo, aproxima a história do Brasil à de Portugal, na conjuntura específica da ascensão e do reinado de D. Miguel. Nesse movimento de resistência, tanto os regimentos de militares como os demais setores da sociedade se envolveram na luta contra a política absolutista de D. Miguel. Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo é uma das personagens portuguesa exilada no Rio de Janeiro (1828) em razão da repressão desencadeada contra os opositores do rei usurpador. É ele o objeto da pesquisa que venho desenvolvendo dentro do projeto mais geral, referido acima. Autor de diversos manuscritos sobre a experimentação política da época, é possível, a partir da reconstituição de aspectos da atuação desse exilado, apontar o trânsito de ideias, pessoas e projetos no interior da Europa e nas Américas nas primeiras décadas dos oitocentos.

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